Os decisores políticos devem capacitar as plataformas metaverso para desenvolver ferramentas e soluções inovadoras para abordar questões de segurança e garantir que os produtos e serviços de realidade aumentada e realidade virtual (AR/VR) não prejudicam os utilizadores. Uma regulamentação excessivamente prescritiva corre o risco de asfixiar o progresso dessas inovações.
Tópicos principais
A abordagem da segurança do utilizador em AR/VR exigirá a acção das várias partes interessadas. Antes de promulgar qualquer regulamentação, os decisores políticos devem reconhecer os esforços em curso das plataformas para criar ambientes seguros e desenvolver ferramentas para os utilizadores se protegerem a si próprios.
As ameaças personalizadas podem muitas vezes ser enfrentadas, fornecendo aos utilizadores ferramentas como o silenciamento, bloqueio ou reportes. Entretanto, as plataformas podem abordar questões sistémicas através da moderação de conteúdos, ferramentas de concepção, e melhores práticas da indústria.
Como acontece com a maioria das tecnologias inovadoras, a criação de um ambiente seguro em AR/VR exigirá a experimentação de diferentes ferramentas e abordagens.
Os decisores políticos devem ter cuidado com a regulamentação que possa asfixiar a capacidade da indústria em experimentar livremente.
Os decisores políticos podem avançar mais eficazmente na segurança dos utilizadores em AR/VR, tomando medidas como a codificação de crimes digitais, formação das autoridades e o apoio à necessária investigação. (…)
Conclusão
Como a tecnologia AR/VR visa ter impacto numa vasta gama de campos, a definição de segurança do utilizador na “extended reality” requer um alargamento para abranger a segurança psicológica e financeira, e não apenas a segurança meramente física. Garantir uma experiência segura para os utilizadores de AR/VR exigirá o trabalho de diferentes actores no espaço, desde programadores a utilizadores e líderes comunitários, passando por decisores políticos. A AR/VR tem sido fortemente influenciada por várias tecnologias do passado, tais como jogos de vídeo, redes sociais e smartphones. Isto permite a estes actores aproveitar a vasta quantidade de conhecimento sobre quais as ferramentas que são úteis para enfrentar as diferentes ameaças que estão – ou que podem estar potencialmente – presentes nos produtos de AR/VR.
Tal como acontece com a maioria das tecnologias inovadoras, a abordagem das preocupações relativas à segurança dos utilizadores exigirá a experimentação de diferentes ferramentas e abordagens. Esse processo de experimentação levará certas empresas a darem passos errados. Os decisores políticos e reguladores precisam de estar conscientes da experimentação como um motor de inovação e desenvolvimento em mercados jovens. Devem ter cuidado com a regulamentação que pode potencialmente asfixiar a capacidade dos criadores e das plataformas para experimentar livremente. Em vez disso, há certos aspectos em que o governo pode ajudar a estimular a inovação, como a análise da legislação sobre privacidade a nível federal ou a codificação de certos crimes digitais.