A autoridade fiscal em França (Direction Générale des Finances Publiques ou DGFiP) usou um programa de inteligência artificial (IA) para recuperar quase 10 milhões de euros em impostos relativos à detecção de 20 mil piscinas privadas não declaradas.
A DGFiP obteve este resultado em nove regiões mas anunciou que o vai alargar aos 101 departamentos regionais do país durante este ano, no âmbito do programa “Foncier Innovant” (“propriedade inovadora”, em tradução livre).
Este foi desenvolvido pela consultora Capgemini e pela Google com um custo de 24 milhões de euros entre 2021 e 2023, que poderá derrapar. A acompanhar esta crítica, aponta-se ainda a potencial falta de protecção de dados dada a intervenção da empresa norte-americana, com “subcontratação oculta de parte das operações realizadas em Madagáscar“.
A Google está confirmada como fornecedora dos serviços de armazenamento em cloud.
Existem 3,2 milhões de piscinas privadas em França. Estas têm uma taxação anual de 200 euros por m2.
O programa vai agora ser alargado à procura de outros bens. “Estamos a visar particularmente as extensões das casas como varandas, mas temos que ter a certeza de que o software pode encontrar edifícios com uma grande área ocupada e não o canil ou a casa das crianças”, referiu Antoine Magnant, vice-director-geral das finanças públicas.
A parceria Google-Capgemini foi criticada por o software ter uma margem de erro de 30%, confundindo painéis solares com piscinas ou não descobrindo bens em zonas de sombra.
Numa versão anterior, o software Google Maps foi usado em 2015 e serviu para o fisco “descobrir” 300 piscinas e recuperar 100 mil euros.