A enfrentar a falta de novos conteúdos e uma redução na programação desportiva, o “streaming” conseguiu obter nos EUA “a maior quota de visualizações de TV em Julho”, revelou a agência Nielsen. E isto “após quatro meses consecutivos a atingir novos recordes de audiência”.
A audiência no streaming já tinha ultrapassado a visualização na TV tradicional mas “esta é a primeira vez que também superou a visualização na TV por cabo”, diz a empresa de medição de audiências que, em 2014, considerava este cenário como “uma pura ficção“.
Na Europa, a situação é diferente. “A florescente indústria cinematográfica europeia financiada pelas plataformas da Internet sediadas nos EUA enfrenta agora um futuro sombrio. As audiências de streaming estão estagnadas e as produções planeadas estão a parar”, segundo uma análise do norte-americano Center for European Policy Analysis (CEPA).
Embora a Diretiva “Serviços de Comunicação Social Audiovisual” (AVMS, transposta pela Lei 74/2020) exigisse às plataformas de streaming globais que “desenvolvessem conteúdo local, ela chegou ao fim da sua utilidade”, considera o CEPA, advogando que qualquer regulamentação adicional apenas as encorajaria a financiar conteúdos mais baratos e não séries de qualidade.
Portugal está a efectuar uma “reflexão sobre os impactos” dos financiamentos concedidos e sobre “qual será o mecanismo mais eficaz para os próximos anos” nesse âmbito.
Foto: Venti Views