Tem sido amplamente argumentado que os utilizadores da media social com um reduzido nível de literacia digital – a quem falta fluência com conceitos tecnológicos básicos relacionados com a Internet – são mais propensos a absorver a desinformação online mas, surpreendentemente, pouca investigação examinou essa associação empiricamente.

Num grande inquérito envolvendo “posts” de notícias verdadeiras e falsas sobre política e Covid-19, descobrimos que a literacia digital é de facto um importante indicador da capacidade de separar a verdade da mentira quando se analisa a precisão dos destaques noticiosos.

No entanto, a literacia digital não é uma antecipação robusta das intenções dos utilizadores ao partilharem destaques verdadeiros versus falsos.

Esta análise ressoa com observações recentes de uma desconexão substancial entre julgamentos de precisão e intenções de partilha.

Além disso, os resultados sugerem que a falta de literacia digital pode ser útil para identificar pessoas com crenças incorrectas, mas não para identificar aqueles que são mais propensos a disseminar desinformação online.

Sumário de “Digital literacy is associated with more discerning accuracy judgments but not sharing intentions“. (Sirlin, N., Epstein, Z., Arechar, A. A., & Rand, D. G. (2021). Digital literacy is associated with more discerning accuracy judgments but not sharing intentions. Harvard Kennedy School (HKS) Misinformation Review. https://doi.org/10.37016/mr-2020-83). Foto de Sajad Nori/Unsplash.