O diagnóstico é terrível: “A informação falsa afecta-nos a todos – é generalizada e inevitável – mas para as meninas e mulheres jovens, aprender sobre o mundo e o seu lugar nele, pode ser devastador. As histórias vis contadas sobre as mulheres na vida pública – os estereótipos descritos, a luta para separar facto da ficção, a opinião a partir das provas e as suposições – todas minam a capacidade das jovens se verem a si próprias como líderes com ideias que valem a pena ser ouvidas e a capacidade de mudar o mundo”.
A análise consta do relatório “The truth gap: How misinformation and disinformation online affect the lives, learning and leadership of girls and young women“, realizado pelo Plan International a partir de 26 mil entrevistas em mais de 25 países. “Nove em cada dez foram prejudicadas por informações falsas e mentiras online”, diz a organização.
Além dessas constatações, o documento mostra ainda como se tratam de visões perigosas para a saúde mental das jovens e para a democracia.
“Nos Estados Unidos, 80% das mulheres jovens disseram que a desinformação teve um impacto negativo nas suas vidas, enquanto Brasil e Filipinas reportaram 91% e 95%, respectivamente. Um terço relatou que isso prejudicou a sua saúde mental, tornando-as mais stressadas e ansiosas, e 20% disseram que a sua fé nos resultados eleitorais foi comprometida”, refere o relatório.
No ano passado, a Plan International calculou que “‘por cada dólar investido nos direitos e na educação das jovens, as nações em desenvolvimento podem ter um retorno de 2,80 dólares’. Assim, se todas acabarem o ensino médio até 2030, o produto interno bruto (PIB) dos países em desenvolvimento pode crescer 10% em média na próxima década”.