O MoviePass, um serviço por assinatura de venda de bilhetes para o cinema nos EUA, foi acusado pela Federal Trade Commission (FTC) de “activamente” evitar que os seus clientes fossem ao cinema.
A FTC revelou na queixa como o serviço – que requeria um pagamento de 9.95 dólares mensais aos seus utilizadores para poderem ver um filme por dia – defraudava os assinantes através da manipulação das suas contas.
Lançado em 2011, o serviço estava disponível numa app para o smartphone (ainda disponível, assim como as críticas) que, em 2018, chegou a ter três milhões de clientes. Os responsáveis da empresa chegaram a lançar a subsidiária MoviePass Films para a produção de filmes.
O cliente apenas tinha de assinar o serviço, escolher a sala e (tentar) ver um filme. Mas, segundo a FTC, o MoviePass usava “três tácticas para impedir os assinantes de usar o serviço como publicitado”.
A primeira envolvia invalidar a password dos clientes alegando terem detectado actividade suspeita ou uma potencial fraude na conta.
Outra acção envolveu um programa de verificação de bilhetes, obrigando os clientes a fotografar e a enviar imagens do bilhete físico para aprovação pela app num determinado espaço de tempo. O não-cumprimento desta opção impedia posteriormente a visualização de filmes ou o cancelamento do serviço. “O programa bloqueou milhares de assinantes de usarem o serviço devido a problemas com o sistema de verificação”, refere a FTC.
Por fim, e sempre com o conhecimento dos executivos da empresa, o próprio serviço bloqueava os utilizadores que viam mais de três filmes por mês.
Os responsáveis do serviço chegaram a acordo com a FTC sobre as alegações de bloquearem os assinantes de usar o serviço, bem como falharem na protecção dos seus dados pessoais. Apesar de algumas restrições impostas pela autoridade federal, os responsáveis não terão de indemnizar os clientes. Entretanto, o MoviePass e a empresa gestora do serviço, a Helios, declararam falência em 2019.