Quando se acede a um site, aparece imediatamente a pergunta: quais os dados que deseja partilhar com o fornecedor do serviço? Na União Europeia (UE), em média, 50% dos utilizadores da Internet recusam-se a permitir que os seus dados pessoais sejam utilizados para publicidade.

A Europa é considerada o maior protector de dados pessoais digitais do mundo. A protecção de dados é uma das áreas em que os Estados-Membros da UE podem trabalhar em conjunto para conseguir mais e fornecer uma protecção concreta aos cidadãos.

O último inquérito da UE (2020) mostra que isso é necessário. Uma em cada duas pessoas com idades entre os 16 e os 74 anos recusou-se a permitir que os seus dados pessoais fossem utilizados para fins publicitários quando utilizaram a Internet para fins privados nos três meses anteriores ao inquérito.

46% dos entrevistados apenas permitiram o acesso limitado à sua localização geográfica ou negaram o acesso às informações. Na Hungria, esse valor é de 37%, semelhante à Bélgica, Estónia e Irlanda.

No entanto, menos cidadãos da UE (40%) lêem os avisos de privacidade antes de fornecerem dados pessoais. Da mesma forma, 40% dos entrevistados restringiu o acesso ao seu perfil ou conteúdo em redes sociais ou espaço de armazenamento online partilhado. 33% verificou se o site onde inseriam os seus dados pessoais era seguro.

Obviamente, o grau de conhecimento da protecção de dados pessoais varia significativamente entre os Estados-Membros. Os holandeses apresentaram o maior índice de recusa em permitir que os seus dados pessoais sejam usados ​​para publicidade, com 73%.

Na Finlândia, 70% dos entrevistados disseram ter recusado o acesso, na Dinamarca e na Alemanha 63% e em Espanha 62%.

Normalmente, os entrevistados na Europa Central e do Sul são utilizadores menos conscientes. Na Bulgária, apenas 10% dos entrevistados negou o uso dos seus dados para fins publicitários. Na Roménia, a percentagem foi de 20%, na Grécia 29%, na Eslováquia 30% e na Letónia 32%.

Um número relativamente elevado de 67% dos húngaros sabe que os cookies da Internet são usados ​​pelas empresas para rastrear o comportamento do utilizador. No entanto, apenas 27% mudou alguma coisa nas configurações do browser para limitar ou desactivar os cookies.

Na Holanda e na Dinamarca, quase 90% dos entrevistados sabem para que são usados ​​os cookies da Internet, enquanto na Roménia são apenas 39% dos entrevistados. Na Holanda, 47% mudaram as suas configurações para se protegerem, 33% na Dinamarca e 50% na Finlândia, enquanto apenas 8% em Chipre e 13% na Roménia o fizeram.

Na Hungria, apenas 17% dos entrevistados fez download de algum tipo de software que limita o quanto do seu comportamento pode ser rastreado online. Na Bélgica, 50% dos entrevistados usam algum tipo de software para proteger os seus dados, em comparação com apenas 9% na Bulgária.

* Artigo do EUrologus, publicado na EDJNet (CC). Foto: Jason Dent/Unsplash.