A Society for Industrial and Organizational Psychology (SIOP) anunciou os 10 tópicos que acredita vão marcar o ano em termos de tendências laborais.
Os resultados foram obtidos junto de cerca de 7.000 membros da SIOP, através de dois inquéritos online em Outubro e Novembro de 2020.
O maior impacto apontado pelos respondentes irá reflectir-se num ambiente já visível para quem está em confinamento, como é o trabalho à distância do escritório físico. Em geral, os tópicos seguem linhas orientadoras registadas nalguns dos oito inquéritos já realizados pela SIOP ou são marcados pela pandemia.
Tendência #1: Teletrabalho e acordos laborais flexíveis que, “apesar das variações significativas entre indústrias, cargos e geografias”, tem um vasto leque de “implicações tanto para empregadores como para empregados”.
Tendência #2: Saúde, bem-estar e segurança dos funcionários manteve-se desde a lista do ano passado como uma “prioridade de topo para muitas organizações”. Estas “continuam a investir em ajudar os empregados a gerir o stress para reduzir os impactos físico, mental e emocional que fazem aumentar os custos”.
Tendência #3: Implementação de estratégias e medição de progresso para a diversidade, igualdade, inclusão e pertença.
Tendência #4: Práticas inclusivas para manter e fazer crescer o talento dentro das organizações para todas as pessoas, independentemente da raça, género, orientação sexual ou deficiência.
Tendência #5: Justiça social, para assegurar direitos iguais e acesso a oportunidades, independentemente dos factores individuais (efeito George Floyd).
Tendência #6: Eficácia de grupo em ambientes virtuais e distribuídos, no âmbito das tecnologias colaborativas necessárias perante o afastamento da presença física de um escritório.
Tendência #7: Integração trabalho-vida pessoal, uma escolha natural em ambiente pandémico quando a convergência entre esses dois ambientes se alicerçam num único local, obrigando a novas adaptações relativamente às crianças e outros membros da família ou aspectos mais comunitários.
Tendência #8: Natureza do trabalho em mudança, uma tendência que surge pela quinta vez nesta lista anual, que vai na sua oitava edição. Agora, essas mudanças são marcadas pela inteligência artificial, crescente digitalização e automatização ou quem faz melhor o quê.
Tendência #9: Desenvolver culturas de agilidade e adaptabilidade não é algo novo mas continua a ser necessário para as organizações, nomeadamente numa altura em que os despedimentos tendem a aumentar.
Tendência #10: Ensino virtual é a última tendência notada pela SIOP e, mais uma vez, será estimulado pela pandemia.
Várias destas tendências demonstram a vontade de contornar a “tirania do trabalho” em que muitos empregos se transformaram, implacáveis e pouco satisfatórios.
Até porque, como explica a economista Juliet Schor, “os trabalhadores ajustaram as suas expectativas ao aumento da jornada de trabalho. Em inquéritos, eles revelaram satisfação com os horários, apesar de terem preferência por horários mais curtos em anos anteriores. Ela concluiu que os trabalhadores acabaram por ‘querer o que conseguem’ em vez de ‘conseguirem o que querem’. A ética do trabalho, por outras palavras, é uma forma de resignação, um produto da derrota”.