O trabalho jornalístico está há vários anos em mudança com a digitalização mas agora impõe-se a inteligência artificial (IA) em diferentes aspectos: “os sistemas de IA podem não apenas auxiliar os jornalistas na distribuição de notícias, mas também apoiar pesquisas e até mesmo escrever artigos de forma autónoma”.
Apesar de parecer tentador para as empresas, após a amortização e refinamento dos sistemas de IA, como é vista esta transformação pelos consumidores de media?
Na Alemanha, a resposta mais directa é que apenas uma em cada cinco pessoas (21,2%) está a favor dessa utilização, segundo uma recente análise.
Ela “é vista de forma muito crítica pela população alemã” porque não parece aportar grandes melhorias para a qualidade jornalística em geral, e também porque muitos cidadãos “são a favor de regulamentações rígidas para sistemas de IA nos media e no jornalismo”.
As respostas não visaram impedir o seu uso mas antes que as redacções usem “as tecnologias de IA de maneira bem justificada e transparente”, até porque algumas tarefas podem ser delegadas nestes sistemas e aliviar a carga de trabalho dos jornalistas.
A análise é curiosa pela visão positiva que os alemães têm dos sistemas de IA – “mais competentes do que os humanos em várias actividades rotineiras” – mas a sua influência no jornalismo é vista de forma bastante negativa.
Em resumo, “mesmo que o uso da IA possa facilitar as actividades jornalísticas e parecer financeiramente atraente, o jornalismo corre o risco de ignorar as expectativas e os desejos do público”, quando “a preservação da qualidade jornalística deve ser prioritizada”.
Foto: Sean Davis (CC BY-ND 2.0)