Junte-se uma emergência de saúde pública, uma crise económica e o pânico motivado pela desinformação para se estimular a economia subterrânea em mercados online da Dark Web, conhecidos como “dark web marketplaces” ou DWM.

É o que está a suceder com a venda de vacinas falsas e de testes, como referem os autores do estudo “Dark Web Marketplaces and COVID-19: before the vaccine” e também a Europol.

No ano passado, o estudo da City University London analisou 30 DWMs entre 1 de Janeiro e 16 de Novembro e identificou 788 catálogos relacionados directamente com produtos para o Covid-19, desde equipamento pessoal de protecção a medicamentos e outras fraudes médicas.

Os autores alertam para a necessidade de uma maior monitorização desta economia paralela nos próximos meses, para evitar “efeitos perigosos” da infodemia no Covid-19, tendo nesse sentido lançado o site Covid-19 & Darknet Markets.

Avisos semelhantes foram emitidos pela Europol. Em Dezembro passado alertou que “os criminosos podem tentar explorar o foco global actual nas vacinas Covid-19” e “disseminar desinformação sobre as vacinas para defraudar indivíduos e empresas”, argumentando que quando uma dessas vacinas “for disponibilizada, provavelmente não estará disponível para venda online. No entanto, produtos farmacêuticos fraudulentos anunciados como supostamente tratando ou prevenindo o Covid-19 já estão à venda, tanto offline quanto online”.

Agora, a polícia europeia voltou a apontar como criminosos tentam vender supostos resultados de testes ao Covid-19, aproveitando-se das restrições impostas nas viagens entre diferentes países para onde existe a necessidade de mostrar um teste com resultado negativo.