O ciberespaço parte da noção de um ambiente em que ocorre a comunicação interdependente entre redes de computadores e outros sistemas. Sempre teve várias conotações até se chegar a esta definição.

O termo surgiu no final dos anos 60, quando a artista Susanne Ussing e o arquitecto Carsten Hoff criaram o Atelier Cyberspace para a apresentação de “espaços sensoriais” físicos. Os computadores não faziam parte dos seus interesses.

Nos anos 80, o termo renasce na obra de William Gibson, primeiro no texto “Burning Chrome” em 1982 e, dois anos depois, no livro “Neuromancer”, como uma “alucinação consensual experimentada diariamente por operadores legítimos, em todas as nações”.

O ciberespaço fundiu-se com a definição de Internet e sempre foi visto como um “espaço” sem fronteiras tradicionais. Em 2010, a então secretária de Estados EUA, Hillary Clinton, afirmou: “defendemos uma única Internet onde toda a humanidade tem acesso igual ao conhecimento e às ideias”.

A cor da Internet, um tom escuro de cinzento, tendeu nos anos seguintes para escurecer ainda mais. Em 2016, a agência noticiosa AP determinou que a Internet era afinal internet.

A China criou a sua “Great Firewall” para conteúdos não entrarem ou saírem do país e mais nações encerraram as redes de comunicações normalmente em épocas eleitorais para evitar a ingerência informativa externa. 25 países fizeram-no em 2018 mas, no ano passado, o número subiu para 33, com a Índia – que teve 69 interrupções entre Janeiro de 2010 e Março de 2017 – a liderar esses “shutdowns” com 121 ocorrências. A segunda posição ocorreu com 12 casos na Venezuela.

Em resumo, “os anos subsequentes não foram gentis com a ideia de uma Internet universal impenetrável às agendas nacionais, já que tanto os rivais dos EUA quanto os aliados encontraram maneiras de reafirmar o controlo sobre a criação, armazenamento e transmissão de dados online para promover os seus interesses percebidos, transformando a Internet numa série de ciber-subdivisões cada vez mais discretas num momento em que a própria administração [Trump] não parece mais comprometida com o objectivo original de uma única Internet”.

[act.: A more private web can help businesses grow: Ads play a major role in sustaining the free and open web. They support great content and services from a diverse range of creators and publishers. They help companies of all sizes reach customers more efficiently than ever before.

Yet people’s expectations for the collection and use of data are changing, which means the web as we know it—free, open and ad-supported—is changing, too. Internet platforms, web browsers and ad-blocking features are promising more privacy by blocking common technologies like cookies. This takes a toll on the funds that content creators, newsrooms, web developers and videographers depend on to support their work. It also means that companies that rely on these technologies must respect the demand for a more private web in order for the web itself to remain dynamic and vibrant over the long term.]

É sobre esta potencial divisão e a emergência de uma nova Internet de internets que trata este debate, com Anne-Marie Slaughter, CEO da New America, Rebecca MacKinnon, directora e fundadora do Ranking Digital Rights, Madhulika Srikumar, da New America, com moderação do editor da revista Slate, Joshua Keating.