Portugal participa num consórcio público e privado para o desenvolvimento europeu de processadores e semicondutores, no âmbito do desenvolvimento digital com verbas do Fundo de Recuperação para a pandemia.
Na declaração conjunta, datada de 7 de Dezembro – e assinada pelo lado português por Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação – os países apontam para o desenvolvimento de esforços conjuntos no âmbito da European Processor Initiative, de que faz parte o Instituto Superior Técnico.
As principais empresas do sector não são europeias. Em Julho passado, o comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, alertava para a falta de “autonomia na micro-electrónica“, sem a qual não se teria “soberania digital“.
Dos 10% da produção global – eram 6% há cinco anos atrás -, Breton antecipou a intenção de “investir maciçamente, com o objectivo de produzir na Europa processadores de alto desempenho (com 2 a 3 nanómetros de tamanho dos componentes [o denominado “feature size“]) e atingir 20% da capacidade mundial em valor”.
Segundo este responsável, “a Europa possui todas as competências, know-how e maquinaria para desenvolver a sua própria cadeia de valor industrial. Possui três centros de I&D reconhecidos mundialmente, empresas capazes de aumentar a sua capacidade. E é o produtor mundial das máquinas usadas para produzir globalmente os processadores”.
Reclamando pela necessidade de “vontade política e de aumentar o investimento colectivo”, considerou o lançamento de “uma aliança europeia em micro-electrónica”, alicerçada nos pilares da I&D e da produção, “com um investimento público e privado combinado inicial de 20 mil milhões a 30 mil milhões de euros”.