As prioridades políticas para a presidência do Conselho da União Europeia (UE), que se inicia a 1 de Janeiro próximo, vão procurar desenvolver um programa forte em redor da ciência, alterações climáticas e soberania tecnológica, assente nas categorias da “resiliência, social, verde, digital e global”.

Está igualmente prevista uma mais forte cooperação com a nova presidência dos EUA e uma desejável relação com o Canadá, referiu Manuel Heitor, ministro da Ciência e Ensino Superior, à Science|Business.

O presidente eleito Joe Biden é visto como “aliado” nas políticas ambientais seguidas pela UE, assim como na acção conjunta contra a Covid-19. “Devemos abrir portas entre o Horizon Europe e a National Science Foundation, os NIH [National Institutes of Health] e outros”, referiu. Uma relação com o Canadá “também seria muito interessante”.

Quanto à China, “não faz sentido” propor algo semelhante no âmbito do Horizon Europe, porque as relações científicas são “mais fortes” entre laboratórios e universidades nos nos Estados-membros do que ao nível mais político Bruxelas-Pequim. “Talvez no programa de investigação da UE que se seguir a este”, afirmou.

Manuel Heitor pretende lançar no início de Fevereiro o programa de investigação Horizon Europe, dotado de 85 mil milhões de euros para os próximos sete anos. Mas essa data está pendente da aprovação do orçamento da UE, bem como das escolhas a efectuar com verbas que foram acrescentadas ao orçamento original.

O objectivo da presidência portuguesa era ter os vários programas de I&D a funcionar para se conseguir aumentar o “investimento de 3% do nosso PIB em investigação em 2030”, antecipou.

Actualmente, apenas Suécia, Áustria e Alemanha estão acima desses 3%, com a Dinamarca a descer abaixo dessa percentagem no ano passado, passando para 2,96% – algo que não acontecia desde 2015. Portugal não chega sequer aos 1,5% relativamente ao seu PIB.

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