No ano passado, mais de 72% dos norte-americanos adultos usaram os media sociais. Agora, uma estudante de economia da University of Southern California analisou como este uso contribuiu potencialmente para diminuir sintomas depressivos junto desta população – em 27%, no caso do Twitter.

No estudo “Social Media Usage and the Level of Depressive Symptoms in the United States“, Qin Jiang analisa como as afirmações sobre este tipo de sintomas – de que tendem a aumentar com o uso das redes sociais – estão erradas. E acrescenta-lhe um pormenor económico: “o benefício médio do mercado de trabalho decorrente deste efeito é equivalente a 0,1% do PIB nos EUA”. Mais concretamente, analisando seis grupos demográficos, a investigadora estima que o mercado de trabalho ganhe “505 milhões de dólares por semana ou 0,12% do PIB semanal nos EUA”.

O uso benéfico das redes sociais está subvalorizado, podendo elas já ter “adoptado papéis mais importantes com novas funcionalidades disponíveis e utilizadores mais informados, bem como papéis mais responsáveis com melhor regulação na indústria”.

Apesar das lacunas assumidas no estudo (falta de dados sobre o Facebook em 2017 ou o nível de sintomas depressivos no ano passado), a “relação amor-ódio” entre plataformas e utilizadores não permite detectar se o seu uso torna os utilizadores mais felizes. O contrário está mais estudado e assume-se uma “correlação positiva entre o uso dos media sociais e o nível de sintomas depressivos e apoio a uma opinião de ‘má media social'”. Mas o número de utilizadores tem aumentado e co-existem tendências contraditórias: se muitas pessoas gostam do estilo de vida que elas mostram, isso pode também contribuir para um impacto negativo na auto-estima do utilizador.

“Poucos artigos encontraram evidências potenciais de que o uso de media social pode ser benéfico ou pelo menos não prejudicial”, escreve Jiang. Alguns investigadores “descobriram que o uso da Internet diminuiu significativamente a solidão e a depressão, e aumentou o apoio social percebido e a auto-estima significativamente. Mas, num estudo, a amostra incluiu apenas 40 alunos de graduação matriculados num curso introdutório de psicologia na University of North Carolina em Chapel Hill, e o tratamento consistiu em cinco sessões de ‘chat’ com um parceiro anónimo”.

Um outro trabalho, envolvendo um inquérito online para avaliar o nível de sintomas depressivos entre estudantes universitários, “não encontrou associações entre o uso de media social e qualquer depressão ou depressão moderada a grave”.