Uma “tendência emergente perigosa e trágica” está a ocorrer com a extrema-direita: crianças de 12 ou 13 anos ou adolescentes estão a ser cativadas para esta franja política através dos meios online. “Quanto mais cedo se começa, melhor”, declarou um administrador de um destes grupos de “chat” após um elemento assumir ter 13 anos.
Estes jovens “estão a ser atraídos para círculos de extrema direita, onde são calorosamente recebidos por activistas muitas vezes mais velhos”. Depois, “eles são instados a consumir textos de propaganda da extrema direita, a convidar os seus amigos para se juntarem e, posteriormente, explorados pelo grupo para atrair um público cada vez mais jovem”, refere o relatório “Hitler Youths – The Rise of Teenage Far-Right” da HOPE not hate.
A organização revela neste relatório “exemplos de jovens online que se apresentam como mais velhos do que realmente são, provavelmente para obter o respeito dos membros mais velhos”. Esta facilidade para criar personas alternativas nas redes sociais por “crianças, fingindo ser adultas, pode levar os seus pares e pessoas mais velhas a cometer actos violentos”.
A introdução do documento aponta ainda o grupo inglês pró-terror The British Hand, “liderado por um jovem de 15 anos em Derby, embora aos membros ele diga que tem 17 anos. Em conversas privadas, o jovem exorta os membros do grupo a cometerem ataques violentos contra migrantes em Dover e diz que ele mesmo está a planear um ataque para breve”.
Nesse sentido, “os media sociais claramente facilitaram que as crianças sejam expostas à propaganda online da extrema direita”. O facto de esse envolvimento com a extrema direita online poder ocorrer “sem alertar os seus colegas, professores ou pais complica a questão de responder à radicalização, pois pode não ser fácil de detectar”.