A ideia de software terá sido concretizada por Charles Babbage e Ada Lovelace no século XIX.
O código para o “primeiro programa” foi escrito inicialmente por Babbage mas Ada melhorou-o. O objectivo era usá-lo no “Difference Engine“, que passou a computador mecânico “Analytical Engine” em 1837, para o qual Babbage escreveu “código rudimentar com erros”.
Cinco anos depois, ela terá escrito notas para “o primeiro programa de computador complexo executável“. Também por isso, nem todos concordam que se denomine de programa de computador.
O conceito de software como o conhecemos actualmente ressurgiu com o matemático Alan Turing em 1935 mas o primeiro texto escrito coube a John W. Tukey em 1958. Este estatístico norte-americano terá igualmente definido inicialmente o termo “bit“, contracção de “binary information digit”.
Quanto a software, a sua autoria é reclamada por Paul Niquette, que a terá criado em 1953 por contraponto a hardware.
Mais de 50 anos depois, este matemático escreveu “Softword: Provenance for the Word ‘Software’“, onde explica como surgiu a palavra e porque demorou tanto a assumir a sua “paternidade”.
“Em Outubro de 1953, criei a palavra ‘software'”, escreve. “A noção de software como algo separado do hardware levou anos para se afirmar. Claro, o computador (popularmente conhecido como ‘cérebro gigante’ no início dos anos cinquenta) era incapaz de fazer qualquer coisa a não ser consumir energia eléctrica até que um ‘programador’ apareceu para ‘programá-lo’ e as consequentes “rotinas” residiam na ‘memória’ do computador depois disso. Não se pegava, no início, num programa escrito para um computador e o colocava noutro. Meio século depois, a maioria das pessoas achará isso difícil de imaginar.
Conforme originalmente concebida, a palavra ‘software’ era apenas uma maneira óbvia de distinguir um programa do próprio computador. Um programa compreendia sequências de instruções escritas – modificáveis -, cada uma dotada do poder de comandar o comportamento da máquina permanentemente construída – o ‘hardware'”.
E recorda como “ninguém em 1953 teria adivinhado que a palavra tola iria espalhar-se, que dentro de algumas décadas ‘software’ entraria no vocabulário geral de produtos e profissões – que uma indústria mundial o usaria como um nome solene”.