“Gostaria de vender a sua imagem a empresas que querem porta-vozes com aparência realista na forma de um avatar sintético”? A questão é colocada pelo Future Today Institute, que recorda como o estúdio de produção de inteligência artificial (IA) Alethea.ai estabeleceu uma parceria com os Oasis Labs para desenvolver um mercado online para “personagens geradas em IA”.

Esta venda de personagens sintéticas – ou “synths” – assemelha-se às possibilidades nos catálogos de venda de fotografias de modelos. Elas podem ser “oportunidades de negócio para publicidade, marketing, vendas e atendimento ao cliente – na forma de porta-vozes mais baratos e mais fáceis de controlar e bots de atendimento ao cliente semelhantes a humanos que oferecem interacções pessoais autênticas”.

Em paralelo, podem emergir novos mercados como o da preservação de eventos, podendo “fazer perguntas para uma versão com cinco anos ou ouvir a sua mãe a ler para você muito tempo após ela ter morrido”. E com a sua voz preferida:

Outras questões difíceis passam por determinar, “num mundo sintético, quem é dono do seu próprio rosto? Pode alguém programar uma versão sintética de alguém, com intuitos prejudiciais e influenciar as próximas eleições?

Basta lembrar como um vídeo de 2019 mostrou a presidente da Câmara dos Representantes nos EUA, Nancy Pelosi, a falar como se estivesse bêbada. A filmagem tinha sido manipulada e antecedeu uma outra do CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, em que aparecia a dizer coisas que nunca tinha dito. O vídeo tinha sido criado usando um vídeo dele real “treinado” para dizer o que os seus autores queriam.

No futuro a breve prazo, “os mercados para contratar, de compra e venda de media sintética, bem como dos seus atributos, estarão mais amplamente disponíveis”, assegura-se.

Algum do potencial destes seres sintéticos já pode ser antevisto nas propostas do Neon (da Samsung’s Technology and Advanced Research Labs ou STARLabs), da Talespin ou do vendedor da TwentyBN.