A redução da poluição atmosférica na China poderá salvar 20 vezes mais vidas na China do que as perdidas devido à infecção com o coronavírus, afirma um investigador.

A diminuição da poluição do ar está a generalizar-se nos locais obrigados a uma menor produção industrial. Isso sucedeu no norte da Itália após a quarentena decretada para o país, segundo imagens captadas pelo satélite Sentinel-5P da missão europeia Copernicus.

As imagens disponibilizadas pela ESA mostram as flutuações nas emissões de dióxido de nitrogénio na Europa entre 1 de Janeiro e 11 de Março deste ano.

A situação em 2004 era esta:

A diminuição poluente é semelhante ao que ocorreu na China em Fevereiro, segundo o finlandês Centre for Research on Energy and Clean Air.

Como se sintetizava neste artigo, “o COVID-19 reduz a actividade económica, o que reduz a poluição, o que salva vidas”. O trabalho – que repete a ideia de interligação entre mudanças atmosféricas e a interacção global – afirma que “as reduções da poluição do ar na China causadas por esta disrupção económica devem salvar 20 vezes mais vidas na China do que as que foram perdidas actualmente directamente devido à infecção com o vírus naquele país”, antecipava Marshall Burke, da Stanford University.

A quebra na actividade industrial levou ao “regresso inesperado de céus azuis em cidades poluídas como Xangai e Guangzhou” mas Pequim continuou com níveis elevados de “smog”.

[act.: Coronavirus pandemic leading to huge drop in air pollution: “Are we looking at what we might see in the future if we can move to a low-carbon economy? Not to denigrate the loss of life, but this might give us some hope from something terrible. To see what can be achieved.”]

E como está e vai ser em Portugal?