A epidemia de coronavirus provocou a “maior experiência de teletrabalho” de sempre, como a chama a Bloomberg.
De “privilégio a necessidade”, para evitar o contágio, as empresas procuram manter-se operacionais usando para isso as ferramentas tecnológicas já disponíveis para trabalhar à distância.
Apesar do problema de saúde ter surgido durante as festividades do ano novo lunar, as empresas começaram a antecipar o problema de cooperação entre funcionários, quer das reuniões presenciais com clientes ou parceiros.
“Ninguém está a aceitar reuniões,o meu calendário está praticamente vazio”, reconhece Jeffrey Broer, financeiro de Hong Kong.
A par com as perdas individuais ou por empresa, o coronavirus irá ter um impacto económico ao nível internacional. Segundo Warwick McKibbon, professor de economia na Australian National University, a anterior epidemia de SARS custou à economia global 40 mil milhões de dólares e a actual pode triplicar esse valor.
A epidemia (que pode ser seguida aqui) tem tido outros efeitos, como a entrega de comida feita por pessoas que evitam o contacto com estranhos, o ensino em aulas online, lançamento de filmes nas plataformas online e não nas salas de cinema, realidade virtual para a compra imobiliária e um aumento no número de horas jogadas online, afectando alguns servidores deste tipo de serviços lúdicos.
Claro que é necessário colocar em contexto todo este problema: em termos mundiais, “há pelo menos cinco milhões de casos graves de gripe por ano e 650 mil mortes“.
Teletrabalho na Europa
Em termos europeus, Portugal está acima da média europeia no trabalho remoto, segundo dados divulgados recentemente pelo Eurostat relativos a 2018.
A média europeia é de 5,2% mas Portugal chega aos 6,1 % no caso dos empregados por conta de outrem. A maior parte são mulheres.
O gabinete de estatísticas da União Europeia nota que eram 6,1% da população activa em Portugal em 2018, tendo subido dos 5,9% de 2017 mas baixado dos 6,3% registados em 2016. Em geral, essa percentagem não tem tido grandes variações desde 2011.
Com 14%, os Países Baixos lideram a lista de teletrabalhadores, seguidos da Finlândia (13,3%), Luxemburgo (11%) e Áustria (10%). Nas posições opostas encontram-se a Bulgária (0,3%) e a Roménia (0,4%).
O trabalho em casa aumenta consoante a idade: em termos europeus, 1,8% dos jovens (15 a 24 anos) trabalhava em casa em 2018 mas eram 5% entre os que tinham 25 a 49 anos e 6,4% acima dos 50 anos.
[act.: What Happened When Tulsa Paid People to Work Remotely: The first class of hand-picked remote workers moved to Tulsa, Oklahoma, in exchange for $10,000 and a built-in community. The city might just be luring them to stay.]