Foi um teste mas permitiu à Microsoft no Japão revelar como uma semana de quatro dias de trabalho representa 40% de aumento na produtividade dos trabalhadores. Já a Inditex vai dar a tarde de sexta-feira aos seus funcionários a partir de 2020.
Para as empresas, as novas experimentações em ambiente laboral visam explícitos aumentos de produtividade. Mas está na altura de “rebentar” com esta cultura do trabalho quando até mesmo experiências como a do empreendedor alemão Lasse Rheingans – cujos funcionários têm um dia de trabalho com apenas cinco horas – estão desfasadas da evolução produtiva dos últimos 90 anos: para produzir o mesmo que um inglês nos anos de 1930 seriam actualmente apenas necessárias 15 horas de trabalho semanal – até mesmo sete ou oito, com alguns ajustes… – ou 10 horas no Japão.
(A ver estes dois gráficos: “Weekly hours of work required, per worker, to match output of average British worker in 1930” e “World GDP over the last two millennia“)
Então, se “temos as ferramentas e a tecnologia para trabalhar menos e viver melhor“, porque sucede o contrário?
Porque os humanos “têm um insaciável apetite por mais”, porque estão mais afastados da produção da sua subsistência e uma “desigualdade social persistente também contribui para a semana de 40 horas”. Esta desigualdade acabou com o mito do “American Dream”, incluindo através do casamento ou pelo declínio da mobilidade intergeracional.
Mais importante para o futuro, ela poderá inscrever-se no ADN como uma marca de origem demarcada, um mapa, selo ou brasão genético com consequências futuras em que convém começar a pensar seriamente. Porque esta “estratificação social deixa marcas visíveis” ao evoluir nos elementos geográficos e genéticos.