A Google não tenciona pagar aos editores da comunicação social pelos cliques que levam os utilizadores a ler as suas notícias no serviço Google News.
A medida irá afectar em breve a França, que deverá ser o primeiro país a adoptar a directiva sobre os direitos de autor no mercado único digital já a partir de Outubro. A directiva foi aprovada em Março passado pelo Parlamento Europeu.
Para evitar ser penalizada pelo disposto no artigo 15º (antigo 11º) da directiva, a Google vai modificar a inserção para os títulos das notícias dos orgãos de comunicação social franceses, removendo o pequeno sumário (“snippet”) que os costuma acompanhar. Já é possível ter esta opção na versão francesa (ou na portuguesa) do Google News.
Segundo algumas estimativas, a perda de receitas publicitárias em França para as plataformas online como o Facebook e a Google pode variar entre os 250 milhões e os 320 milhões de euros anuais.
O vice-presidente da Google para este serviço, Richard Gingras, escreveu que a empresa não tenciona pagar aos editores porque “os resultados das pesquisas devem ser determinados pela relevância – não por parcerias comerciais”.
Gingras afirma que a empresa vende anúncios publicitários e não os resultados das buscas, pelo que não faz sentido pagar aos editores pelos resultados quando o utilizador neles clica e porque agir de outra forma iria minar a credibilidade nos serviços da empresa.
A directiva deverá ser transposta no espaço europeu até meados de 2021.