As chamadas “fake news” são um meio para atingir um fim: criar a descrença nas sociedades democráticas.

Os Estados Unidos foram ontem a votos nas eleições intercalares, num ambiente polarizado que não parece ter fim à vista e até já saltou para uma plataforma de relações profissionais como o LinkedIn.

Entre os que temem uma manipulação dos votos (como no registo dos nativos americanos) e os que actualizam os resultados a cada 15 minutos, há os que tentam contrariar a desinformação que ocorreu alegadamente com “bots” a tomarem conta das “conversas políticas“.

Apesar das suas potenciais falhas, nomeadamente quando se trata de “erros” no voto electrónico (ou do seu potencial para processar dados pessoais em campanhas políticas), é claro que estas ferramentas informáticas podem servir outros propósitos mais benignos, como descobrir os milhões de potenciais votantes não registados.

No caso do Facebook, as autoridades europeias querem conhecer a analítica de dados desta rede social para influenciar o voto dos eleitores.

A empresa, alertada pelas autoridades norte-americanas, bloqueou apenas 115 contas antes destas eleições intercalares.

Não é uma tarefa fácil? O Facebook alega ter entre 3000 a 4000 pessoas a analisar anúncios ou questões relacionados com política mas outros resultados demonstram o potencial analítico para, quando se quer, desmontar campanhas concertadas de desinformação.

Investigadores do Guardians.ai revelaram há dias como a criação de relações no Twitter tendo como foco o tema “VoterFraud” pretende, de forma concertada, criar narrativas de divisão política.

No seu trabalho, eles concluem como foi possível identificar contas no Twitter que, “além de terem uma estética similar”, se relacionavam entre elas. “Juntos, esses padrões indicam uma possível coordenação”, referem, e “há uma indicação de uma possível rede de contas dedicada a promover a divisão e narrativas conspiratórias online em torno da fraude eleitoral”.