As guias de acompanhamento de resíduos (GAR) recolhidos em Portugal passam a ser electrónicas a partir de 1 de Janeiro de 2018.

Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) explicou ao Público, são cerca de 250 mil entidades afectadas por esta transição – todas aquelas “envolvidas na produção, transporte e gestão de resíduos” – e que passam a processar a informação de forma online, com as e-GAR. Haverá também uma “melhoria da rastreabilidade do circuito dos resíduos e no acesso mais rápido à informação sobre o lixo que produzimos e o [seu] destino”, ajudando a poupar “seis milhões de folhas de papel por ano”.

As e-GAR aplicam-se a qualquer “transporte rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial e aéreo de resíduos em território nacional“.

Como não deitar dinheiro para o lixo
No entanto, outras experiências já tentam há anos desenvolver sistemas mais eficazes e menos dependentes deste tipo de preenchimento online por humanos, usando tecnologias da “Internet of Things” (IoT).

Em 2015, o “Multi-agent gathering Waste System” defendia um sistema baseado em sensores de baixo custo para avaliar o volume do lixo nos caixotes, em ambiente urbano (foi testado na cidade espanhola de Málaga).

O mesmo permitia optimizar as rotas de recolha de lixo e uma aplicação móvel permitia ao condutor saber qual a rota diária, bem como determinar onde está cada veículo em tempo real.

Além de optimizar as rotas de recolha de resíduos, o modelo permite reduzir o consumo das frotas de veículos.

Em Outubro passado, investigadores na Tanzânia revelaram um outro sistema (este em ambiente simulado), semelhante ao utilizado em Málaga mas com implicações para o utilizador, que poderia pagar pelo lixo produzido, bem como calcular o custo das rotas dos veículos de recolha. Estes valores servem para validar se o sistema é ou não lucrativo para as cidades.

Em paralelo, eles alertam para potenciais “desafios” como a conectividade à Internet, segurança dos componentes utilizados, fornecimento eléctrico ou erros na leitura dos sensores.

[act.: “Através da utilização de sensores nos contentores, de cartões personalizados e de códigos de barras nos sacos de plástico, será possível avaliar qual a quantidade de resíduos produzidos por cada munícipe” lisboeta]